O renomado Bernard Arnault, presidente do conglomerado LVMH, que abrange marcas icônicas como Louis Vuitton e Moët & Chandon, iniciou o ano como o indivíduo mais rico do planeta. Contudo, sua fortuna enfrentou uma drástica queda, reflexo da crise que assola o setor de luxo globalmente. Segundo a Forbes, em abril, Arnault acumulava impressionantes US$ 233 bilhões, mas apenas alguns meses depois, viu-se relegado à quinta posição no ranking de bilionários, com uma perda exorbitante de US$ 57,8 bilhões.
Atualmente, sua riqueza é estimada em US$ 175,2 bilhões, representando uma desvalorização de cerca de 25% em relação ao começo de 2024. Essa queda é acompanhada por uma redução significativa no valor das ações da LVMH, que despencaram aproximadamente 25% nos últimos seis meses. Outras marcas do segmento também enfrentaram dificuldades, com Burberry e Kering registrando quedas acentuadas em seus valores de mercado.
O cenário se agrava principalmente por dois fatores: a diminuição da demanda na China, o maior mercado consumidor de artigos de luxo, e a valorização do dólar. A crise econômica chinesa, exacerbada por problemas no setor imobiliário e um mercado de trabalho fragilizado, gerou insegurança entre os consumidores. Eles, agora, preferem economizar ao invés de gastar, um comportamento que impacta diretamente as vendas de marcas de luxo.
Além disso, a forte alta das taxas de juros nos Estados Unidos tornou os produtos de luxo ainda mais inacessíveis para consumidores internacionais. Mesmo os super-ricos, que geralmente não alteram seus padrões de consumo, estão repensando suas compras diante de um cenário econômico incerto. No entanto, especialistas acreditam que o setor de luxo pode se recuperar com melhorias nas condições econômicas, especialmente com as recentes medidas do governo chinês para estimular o consumo, que incluem cortes nas taxas de juros e facilitação de crédito.
A recuperação, embora desafiadora, é vista como possível, especialmente se a economia chinesa voltar a crescer e as taxas de juros globais continuarem a cair. Assim, espera-se que, ao longo do tempo, as marcas de luxo consigam restaurar seu prestígio e estabilidade financeira, refletindo também na fortuna de seus proprietários.